s/título, 2003, 288x450cm, grafite e aguada s/papel (fot. Ricardo Jardim)
Betamesona Ⓡ, 2004, 4(250x300cm), tinta-da-china s/papel
s/título, 2004, 6(100x120cm), impressão fotográfica única de desenhos destruídos depois
rinoceronte branco, 2006, 272x550cm, aguada de têmpera acrílica e grafite s/papel
s/título, 2004, 300x2000cm, aguada e tinta-da-china s/papel
“Toda a gente sabe quanto pesa uma ave”, ouvi há pouco tempo numa conversa dirigida maioritariamente a biólogos, e eu não sei quanto pesa uma ave (só algumas de capoeira). E qual é o tamanho de uma baleia? O que é que são 20m ou 50t em relação ao meu corpo, ao tamanho do atelier, ao pátio? Também não tinha noção e então fui desenhá-la. Só agora na Sala do Veado consegui finalizar o processo ao poder, pela primeira vez, ver o desenho inteiro – foi feito aos quartos só dando para perceber que uma baleia é mesmo muito grande, imaginar um pedaço de baleia no pátio (!). Este desenho de 2004 seguiu-se ao do elefante (2003, para a exposição “Santos&bestas”, Porta33, Funchal, 2004, com João Cruz Rosa e comissariada por João Miguel Fernandes Jorge): a primeira vez que surgiu no meu trabalho a questão do tamanho natural – de querer saber e confrontá-lo – como forma de apresentar uma inquietação (normalmente vinda de uma notícia de jornal); houve ainda os quatro cavalos (2004, para a exposição “Betametasona®”, Sala do Veado, Lisboa, 2006) e um rinoceronte branco. Há um mês fui ao recém reaberto Museu de Zoologia da Universidade de Coimbra que não conhecia e às tantas apareceu, lá estava!, o esqueleto de baleia para eu experimentar o tamanho, percorrê-lo, andar dentro da boca e da caixa torácica, e foi como a palavra “fim”.
BAP, 2008
s/título (1/2), 2007, 150x120cm, tinta de papel químico e ecoline sobre papel, fot. Rita Abreu